"Mãos frias!" As mesmas que enxarcam a superfície em que se inscreve o encontro com a inspiração.
"De onde vem a inspiração?", entona o cantor embebido pela mesma. Ele sabe, nós sabemos que as melhores respostas só funcionam em longas prosas, e letras de música. Inútil questionamento da alma, querer dominar fenômenos químicos, físicos... Naturais! É o dom da contemporaneidade, essa insaciável escavação por um quê de verdade. "Arqueologia fajuta do poder!"
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Tive um encontro com a inspiração. Casual, a ponto de questionar a veracidade dos fatos. Mas a inspiração é um fato? De fato, não estive farta. Foram horas, por vezes silêncio, noutras um discurso suado, esvaído no calor dos ânimos.Entusiasta de curtos e eloquentes acasos? Não por opção, mas pela inspiração, sorrateira, de ritmo acelerado que sobe e desce ladeira num plano feito improviso. Primeirísso mar infindo...
Só sei que tinha maresia empregnada com cheiro bom, o frescor da bebida gelada, filosofia afogada em mesa de bar e um calor abafado de qualquer coisa séria, que chamava para ver a banda passar.
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Por aí, lancei foquetes e queimei algumas vaidades na fogueira da roça. Ouvi a frase mais chula, transformada em piada inocente na voz da matriarca, dancei conforme a música. Bati palmas para marcar os passos e tirei o chapeu de palha pra alcançar a rural de um rapaz pneumático, que dizia "É para amar e gozar!"(risos)...Peguei carona.Foram filmes, livros e discos, um presente...Transpirei alguns demônios - amarguei ressaca literal, moral- sem sentir, de onde vieram as melhores idéias.
Bati algumas portas, abri outras. Estive em boas companhias...
E quanto à inspiração? Com todas as letras:
ah, como é bom!
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