quarta-feira, 30 de julho de 2008

Julho


Frio como todo inverno deveria ser. Rigoroso como não era de costume. Em julho eu não conseguia sentir nem frio nem calor, apenas o peso das responsabilidades chegando por entre as partes do meu corpo descobertas que não atrapalhavam o meu sono pesado, nada tranqüilo.
Em julho, agora, o céu está todo coberto e eu continuo me escondendo em casa, porque a culpa é do tempo. Ou do clima? Até que o clima estava bom, acolhedor, produtivo, trabalhoso e cheio de boas intenções. Se estivéssemos em outros séculos aposto que utilizariam a teoria dos “tristes trópicos” para justificar tanto empenho nessa Salvador atípica, já que a malemolência do brasileiro, segundo a mesma, se dava pelo clima tropical que "deixa esse povo mais desencorajado".
Eu nem lembrava mesmo que estava de férias. Talvez porque não fosse para estar. Não tive tempo de sobra, nem vi o dia do rock passar! Mas tive tempo para me atirar em pequenos momentos de reclusão que pareciam eternos pelo peso dos meus pensamentos. Comecei a ler um livro depois que passou a trabalheira, também queria assistir a todos os filmes e de repente curtir a noite...

A sensação já é de agosto. Mas eu não estou cansada , levantei tarde, abri o jornal, é tanta notícia! Acho que deixei passar o dia do rock porque não queria rever aqueles especiais com direito a retrospectiva. Ainda na 7ª série liderei uma feira das ciências cujo tema era música e eu fiquei com o rock, é claro : “Você sabia que rock surgiu na década de 50, e na cidade de Ohio teve o sua primeira aparição no programa de rádio chamado Rock n’Roll Party...” Eis o início da minha fala. Hoje não sei bem o que é rock e o que não é, só sei que ele ainda está presente em mim, mesmo quando a cidade é do Carnaval e do São João. Mas o que eu ouço sempre é muita música chova ou faça sol, e tenho ouvido muita coisa boa. Isso não quer dizer que o resto seja ruim, é apenas uma questão de gosto.
O tempo esteve mudado em julho. Mas a rotina se manteve quase igual, tragédias proporcionais ao ano anterior assim como todos os outros fatos, algumas pessoas que me cercavam ainda são as mesmas, os desgastes das relações as fortaleceram, um desencontro natural, expectativas para os projetos e a vontade de ter produzido mais.

4 comentários:

Mari Ferreira disse...

Férias pra mim, de uns quatro anos pra cá, tem sido sinônimo de reclusão, revisão e preguiça,isso mesmo preguiça escancarada!
Acho que é tempo suficiente pra pensar na vida e só. Não digo que temos que ficar na clausura,mas realizar cada ação com reflexão.
Acho que tou ficando velha,ou melhor, experiente...

BEijoo Larii! =)

Guto Amorim disse...

Julho está descatacterizado.

É chuva no sol, calor na chuva e vioce-versa.

Mas até que é um bom mês.

Ive Caceres disse...

Julho, férias...ambos já passaram e o peso da responsabilidade de agosto vem com uma sensação de espera. A espera por um semestre produtivo e um dezembro cheio de sol e comemorações.
(aqui eu nem puxo a sardinha para o meu lado! rsrsrs)

Beijos Lari!

Arké disse...

depois do nosso encontro maior, tivemos encontros curtos e casuais, me parece que mudou bastante, mas de algo nao me há nenhuma duvida, do rock que habita em ti!!!