sábado, 23 de julho de 2011

Back to 2007

Há praticamente 5 anos, em algum momento do dia, ouço uma mesma voz. Lembro-me de ter voltado a um passado e repetindo a mesma faixa, o mesmo disco sem parar e depois o outro.

Nesse meio tempo, meia década: completei a maioridade; entrei na faculdade; conheci gente, desconheci gente; comecei a trabalhar; viajei; me perdi; me encontrei; me apaixonei; me decepcionei; virei adulta perante a lei; me formei; perdi algumas noites; seres queridos; pertences; ganhei algumas madrugadas; olheiras e aptidões. Sobrevivi as melhores e as piores hipóteses de uma vida urbana classe média. Tudo embalado para presente com trilha sonora que vem do estado de "Todos os Santos, Encantos e Axé" e volta da "Terra da Rainha".

E como tudo que tem que acontecer, acontece, tudo que vai volta ao ponto de partida, a primeira lendária morte aos 27 do século XXI me faz "Back to Black" ao meu primeiro/segundo ano de Amy.


Setembro de 2007

De Elza Soares a Amy Winehouse

Você sabia que o melhor agudo do mundo é nosso? Nosso e da cantora Elza Soares. Não posso deixar de lado outros "gogós" de ouro como Elis, Bethânia , Gal, Marisa...

Mas voltando à Elza, não entendo como uma das melhores vozes do mundo só foi reconhecida no “paraíso tropical” depois do aval da “gringa” ! Mas isso foi em mil novecentos e antigamente em que gostar de MPB não era "cult" e descriminação racial, de gênero numero e grau era politicamente permitido.

Cult agora é também gostar de jazz, soul... Eis uma semelhança que me fez pensar no endeusamento que estão dando a britânica Amy Winehouse, a qual mais parece ter saído de um bar dos guetos norte americanos. Música de negro apreciada pelos ingleses sem nenhum preconceito e executada pela voz negra da branca de beleza exótica Winehouse.
Antes era tudo diferente mesmo. Em pensar que por aqui não queriam ouvir a melhor interpretação da música brasileira porque possuía afro-descendência e um inconfundível par de pernas?!


Imagens das capas dos cds Vivo Feliz (2004) e Back to Black (2006).

O que importa mesmo é a qualidade de suas músicas e o espaço que cada uma conquistou em seu devidos territórios e o que é melhor, além deles.
Vale a pena ouvir.



2 comentários:

Lucas G. Pacheco disse...

Gostei, larissinha. Gostei.
"me perdi, me encontrei", pá...
Me deixei influenciar por vc e vou ouvir Elza soares. Vou ver se ela é boa de perna msm! :]

Larissa Reis disse...

Depois me conta o que achou! As pernas já não são as mesmas mas a voz é mesmo a melhor parte!! ;)