quarta-feira, 27 de maio de 2009

Achados partidos



A coincidência e a reincidência dos fatos revelam um estado.

Com um livro, um filme e uma falha nas mãos atentei para a não-ficção de uma vida em pedaços. O "Espelho Partido", escrito por um documentarista de imgens e sons norteou o início da busca por uma verossimilhança de discursos, éticos, epistemológicos embasados em uma leitura cinematográfica diferente do intrigante drama psicológco ao qual, como de costume, me entrego diante da realidade ficcional - A verdade é que gosto de não me encontrar e me ver nesses filmes... Seria uma fraude a ideal de comum acordo entre ego e superego? - E convém a idéia de ter que ficar me "encontrando", ainda que agora tenha que enxergar através de lentes que refletem qualquer aspecto da realidade embasada.

A vida real...Fragmentos de vidas, o convívio social e o desconforto de não se saber em partes, o que é real em meras associações confusas. Lançado nesse meio tempo, o filme "Os Abraços Partidos", e mais uma quebra, mesmo que em seu título, provocou uma inquietante expectativa. Então, assombrada pelos coincidentes "partidos", consumei o meu tormento:

Quebrei um espelho, reverberei os risos da noite anterior...
Eles não ouviram o desespero.
Me encontrei em pedaços e não me pareceu um mau presságio, mas um estado constante.
Mais uma vez estou sem palavras, e o intangível salta aos olhos. Achados partidos...
Espelho partido, Abraços Partidos, espelho quebrado: partidos.

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