segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Inexplicável


Eram 9 horas de uma manhã de segunda. Quando a mensagem chegou era para eu aparecer, onde estivesse, mas eu estava dormindo e não iria chegar a tempo. Já era tempo de faltar com as responsabilidades. Resolvi ligar, encarar os fatos, explicar o motivo que me fez perder a hora.

Eu estava só.

Fora de casa haviam muitas pessoas. O sol brilhou sobrepondo as nuvens das minhas preocupações, por boa parte do tempo, enquanto a música que tocava não saía dos meus ouvidos há dias. Parecia um sonho, mas eu estava vivendo, tão rápido que a instabilidade das noites mal dormidas, em meio a planos e metas me faziam embarcar nos altos e baixos emocionais sem que eu percebece a mudança de um estado à outro, e o que mesmo tinha me feito mudar. Só sei que às vezes voltava para uma casa que não era a minha, o caminho me parecia mais longo porque relutava ao passar, e o dia seguinte não tinha aquele gosto do anterior. Mas, de repente, umas palavras mudaram o rumo prosa. Talvez em outro momento eu as teria guardado em outro lugar, mas ainda assim foi bom ouvi-las. Temi por um flashback que foi inevitável, porém, com efeito amortizado pela dura consistência da realidade e o surgimento de novidades.

Ainda me pergunto como deixei acontecer, assim como outras coisas já me aconteceram e questionamentos de nada adiantaram. Pelo menos, dessa vez acordei na hora de saber que não seria preciso me desesperar, pois até o mais improvável estava a meu favor e seria injusta a punição diante de tanto esforço.

Nos dias que seguiram eu estava só, mas não havia me dado conta. Eu não tive tempo. Até quando o deixei correr, ele não me deixava. Assim, é difícil ser só e jogar tudo para o alto, quando tudo ao meu redor soava bem, no descompasso natural de hoje em dia, dentro do pouco que me é de costume, estavam todos comigo.

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